Este homem plantou 17 mil árvores, recuperou a mata ciliar à beira de um rio na Zona Leste de São Paulo e levou a Prefeitura a criar o primeiro parque linear da cidade. A história do empresário aposentado Hélio Silva prova: cada um de nós pode fazer a diferença.
Depois da canalização do córrego Tiquatira, na Penha, suas margens abandonadas estavam se transformando em depósito de lixo. Em 2003, Hélio decidiu plantar árvores no local. Pesquisou as espécies nativas da Mata Atlântica e começou a adquirir mudas.
Quatro anos e 5 mil árvores depois, em 2007, a transformação já era tão grande que a Prefeitura decidiu criar ali o Parque Linear Tiquatira Eng. Werner Eugênio Zulauf. Hoje o local é o principal ponto de lazer no bairro do Cangaíba.
Hélio plantou até hoje mais de 17 mil árvores, de 102 diferentes espécies. “De cada 12 árvores que plantei, uma é frutífera. Isso atrai muitos pássaros”, diz. Apesar disso, ele ainda é alvo de gozações “Às vezes me perguntam para quem estou plantando, e respondo: ‘Para seu neto, porque logo logo, você já era!'”.
A implantação de parques lineares é fundamental para proteger as margens dos córregos da cidade. Eles podem ser o primeiro passo na recuperação de nossos recursos hídricos. O fato de uma cidade cortada por tantos rios como São Paulo sofrer com a falta d’água é a prova de nosso descaso com o meio ambiente.
Com área de 320 mil m2 e 3 Km de extensão, o parque possui pista de cooper, quiosques com mesas e bancos, sanitários, pistas de skate e bicicross, quadras poliesportivas, cancha de bocha, campo de futebol e anfiteatro.
Na área já foram observadas mais de 20 diferentes espécies de aves, como periquito-rico, sabiá-do-campo, sabiá-laranjeira, garça-branca-grande, bem-te-vi, caracará, rolinha, anu-preto, beija-flor-tesoura, joão-de-barro, ferreirinho-relógio, suiriri-cavaleiro, sanhaçu-cinzento, corruíra, cambacica, chopim e bico-de-lacre _além do suiriri, única espécie migratório ali registrada até agora.