Algumas vezes ao ano, cursos de identificação de árvores são ministrados no bairro do Brooklyn, em Nova York. Iniciativas desse tipo podem ser a salvação para milhões de árvores de rua espalhadas pelas grandes metrópoles do planeta.
Lisa Nett, uma arborista urbana do Brooklyn Brainery, empresa que fornece cursos colaborativos, vai aos parques da cidade com grupos que ensina a identificar árvores. O interesse pelo curso aumenta na época da primavera e do outono, quando as flores estão germinando ou as folhas ganham colorações alaranjadas e avermelhadas.
Os participantes estão ali pelas mais diversas razões. Há um poeta a fim de conhecer mais a fundo os nomes das espécies, um artista de esculturas feitas com galhos caídos e outros que desejam estudar a linguagem das árvores. No entanto, Nett acredita que há uma razão mais abstrata nessa presença, ligada à permenência do verde em meio a mudança caótica e constante do espaço urbano.
Além de trazer uma vitalidade secular ao ambiente, elas são mais que essenciais para a vida urbana. Uma pesquisa recente solidificou a importância dos espaços verdes nas cidades para o bem estar dos seus habitantes. Nós precisamos de árvores. Elas ajudam a purificar o ar, mas fazem mais que isso também. James Hamblin escreveu na edição de outubro da Atlantic sobre a ascensão da ecoterapia – isto é, médicos recomendando e prescrevendo tempo ao ar livre para seus pacientes. No CityLab, Eric Jaffe em seu estudo de caso sobre os benefícios das árvores urbanas, mostrou estudos que apontam à uma ligação direta entre a natureza e a diminuição do stress e da depressão, bem como o aumento da concentração.
Uma pesquisa citada pelo Serviço Florestal dos Estados Unidos apontou que as árvores, sozinhas, podem melhorar a qualidade de vida urbana, ao reduzir a poluição sonora. Espécies altas, espessas em solos adequados podem abater mais de 10 decibéis, segundo o boletim.
Mas em geral, a vida é dura para uma árvore urbana. Por exemplo, são 3,8 bilhões de árvores espalhadas pelos Estados Unidos que enfrentam uma variedade de riscos: suas raízes são mastigadas por construções e danificadas pelo concreto; seus troncos são atingidos por portas de carros, além de serem alvos da urina de cães.
A arquitetura em volta dessa cama de árvores pode ajudar a minimizar esses problemas. Guardas de árvores podem orientar as pessoas a conter seus animais de estimação e não pisar no solo das plantas, por exemplo. De forma imediata, as aulas de identificação pode ajudar pessoas a calcular como e quando entrar em ação quando algo parece incorreto, como reconhecer sinais de doença e diagnosticar pragas que assolam as árvores.
Elas podem também estimular uma melhor administração das árvores que crescem ao nosso redor. Diversas iniciativas já cuidam das nossas árvores e ensinam moradores a preservar e manter suas vizinhas vegetais saudáveis.